V.2 “Pois quem fala em OUTRA LÍNGUA não fala a
homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”.
V.4 “O que fala em OUTRA LÍNGUA a si mesmo se
edifica...”
Vimos no cap. 12 que há o dom de “variedade de línguas”,
mas aqui Paulo escreve “...quem fala em OUTRA LÍNGUA”, no singular, não no plural; portanto, UMA língua
apenas. Ou seja, se eu tivesse o dom de falar em diversas línguas (=variedade
de línguas), no momento que falasse numa, não estaria, isto é óbvio, falando
noutra. Sempre que alguém fala em uma língua diferente da conhecida por outro
que ouve, está falando em OUTRA LÍNGUA para este. Assim também, para
estrangeiros que não entendem o português, ao me ouvirem falar, estarei falando
em “outra língua” para eles.
Portanto, nestes VS.2 e 4, quem fala
em “outra língua” pode ser alguém que
fala apenas a sua língua materna. E, ao ser ouvido por um estrangeiro que não a
conhece, está a falar em “outra língua”. Isto
é o que Paulo diz nestes versos.
Foi uma surpresa
para mim quando entendi isto. Sempre lia estes versículos entendendo como a
falar dos irmãos que possuíam o dom de “variedade
de línguas”. Certamente alguém que fala diversas línguas pode ser incluso
neste texto (=basta falar em qualquer língua que não seja entendida por seus
ouvintes). Mas hoje estou convencido que Paulo, ao escrever estas palavras, não
focalizava os que falavam diversas línguas, mas aqueles irmãos que dominavam
apenas a sua língua estrangeira, e vieram a Corinto. Examinemos esta parte
do...
V.2 “quem fala em outra língua não fala a homens senão a Deus, visto que
ninguém o entende...” Podemos perguntar: “Quem de nós quer falar uma língua
com a qual fala a homens”? E mais: “Será
que Deus ensina a alguém uma língua que ninguém mais entende, a não ser quem
fala esta “outra língua” e Ele, Deus? Completo absurdo seria dar resposta
positiva para estas perguntas. Primeiro porque todas as línguas que se falam
tem o propósito de nos dar comunicação. Segundo porque Deus não daria a alguém
conhecer uma língua que somente ele e Deus a entendem. Mas então, que devemos
entender destas palavras “...não fala a
homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende...”? Digo que o
entendimento é simples, se não queremos inventar complicação no que estão a
dizer. Primeiro devemos entender que este que “em outra língua ...não fala a homens, senão a Deus” está orando. O
que é orar, senão falar com Deus? E em falando com Deus não falamos com homens.
Continua...