UM POUCO DE HISTÓRIA:
Para melhor
entendermos sobre “Línguas na Igreja em Corinto” vejamos, primeiro, um pouco de
sua história.
Corinto era
uma cidade portuária a beira do mar Egeu. A cidade Foi destruída em 146 aC
pelos romanos, mas restabelecida como colônia em 44 aC. Nos dias de Paulo era a
capital da província da Acaia e sede do proconsulado romano que governava a
parte sul e central da Grécia. Construída num istmo estreito de terra que unia
a Polinésia com a Grécia principal, era banhada pelo Golfo de Corinto. No auge
da sua prosperidade comercial muito ativa, tinha uma população estimada em
duzentas mil pessoas livres e quinhentas mil escravas. Era um centro do
comércio marítimo e da navegação militar do Império Romano, que tudo dominava
naquela época. Para ali afluíam todas as etnias, gentes de todas as nações do
Império Romano. Isso significava que ali se encontravam pessoas que falavam as
línguas dessas nações. Embora fosse o latim a língua de Roma e de todo o seu
sistema militar e jurídico que regia o império, não era a língua comum de
comunicação entre os povos do império. Esta era o KOINÉ. Isto porque antes do
Império Romano o mundo fora dominado pelo poder grego; que popularizou em todas as terras a
sua forma de linguagem. Portanto a língua grega de então, conhecida pelo nome
de koiné, era como a língua inglesa hoje entre os povos. Se você fala inglês
encontra quem te entende em qualquer nação do mundo. A cidade de Corinto era
uma cidade de origem grega, ou seja, o koiné era a língua nativa (nesta se escreveu
todo o Novo Testamento). Em sua segunda viagem missionária, Paulo permaneceu ali
durante os anos 51 e 52 dC.
CERTAMENTE o
evangelho reuniu num só corpo, convertidos dentre todas as nações. Na igreja se
reuniam todos que criam no Senhor Jesus fossem de origem de qualquer nação ou
raça. E a igreja em Corinto enfrentou,
em extremado grau, a dificuldade de ter inumeráveis membros falando apenas as
suas línguas maternas.
Imagino eu, que só falo português, entrando na igreja em
Corinto. Mas, para que não fique só na busca de entender o que se passou na
igreja em Corinto, convido meu irmão leitor destas linhas, a se imaginar
também, entrando lá e participando da vida da igreja. Talvez o irmão tenha mais
graça que eu e conheça a língua grega na qual Paulo escreveu as cartas. Então
teria grande vantagem. Mas se não, se fosse como eu, o aperto ia ser grande.
Como grande deve ter sido para um irmão que, supondo, tenha vindo das regiões
da Líbia, nas imediações de Cirene (cp. At 2.10), entrar numa igreja onde
muitos falam apenas as suas línguas e uma diferente das outras, ...eu acho que
era melhor nem sair de casa. O que você acha? Para quem não gosta de
complicações talvez seja isto uma boa ideia, mas não é assim que agrada ao
Senhor, que nos uniu num só corpo. A dificuldade tem de ser enfrentada; embora
as coisas não lhes foram fáceis. E nós, somos de menor coragem que eles?
Bom, podemos
dizer: “Na minha igreja aqui no Brasil não temos estes problemas, portanto,
deixemos as dificuldades com quem as tem”. De fato, as coisas podem ser
tratadas assim, mas se quisermos compreender o que se passou quanto as “diversas
línguas” faladas na igreja em Corinto, não podemos ignorar esta dificuldade que
enfrentaram. Aliás, foi motivo de Paulo tratar em sua primeira carta “a questão
de irmãos falando em outras línguas na igreja”. Então, os escritos de Paulo aos coríntios podem e de fato são úteis para nós
hoje; pois normatizam a nossa conduta na
igreja quanto a questão de línguas.
Foi por volta do ano 57 dC, quando, de Éfeso, Paulo
lhes escreve a primeira carta. A igreja em Corinto foi fundada por seu trabalho
evangelístico; e também cresceu e se edificou por seu ministério. Tudo ali lhe Ra
familiar (At 18.1-11). MAS, se as coisas que aconteciam naquela igreja eram
familiar para Paulo, seriam para nós hoje, leitores daqueles escritos? Para um
membro daquela igreja ao ouvir as cartas, tudo lhes soou coerente, pois
tratavam dos fatos como ocorriam por lá. Nada naqueles escritos lhe era
descabido ou sem sentido. E o fato de sabermos que na igreja em Corinto
participavam irmãos provenientes das mais diversas nações, só falando suas
línguas de origem, é fundamental para sabermos o que passava por lá, e
entendermos o que Paulo escreve sobre línguas na igreja. E MAIS, visto que
hoje, devido a este assunto de línguas, a igreja de nosso Senhor Jesus Cristo
se encontrar dividida devemos examiná-lo com especial atenção.
NOTA: Hoje
conhecemos muitas e diferentes interpretações que cristãos sinceros dão aos
escritos sobre “línguas” em Pentecostes e na igreja em Corinto. Certamente não
podem TODAS estar certas se interpretam de modos diferentes; pois a verdade é
singular, é uma coisa ou outra. Devemos buscar a verdadeira interpretação das
Escrituras em todos as seus ensinos. Se
a minha interpretação (ou parte dela) não for igual ao entendimento que o
Espírito Santo deu ao escrito sacro no que escreveu, certamente será reprovada.
Portanto, ainda que me credencie estar interpretando corretamente determinado
texto ou assunto das Escrituras, é dever de prudência meu “examinar as
interpretações dos outros irmãos”. Devemos examinar as interpretações não de má
vontade, mas creditando a possibilidade de a minha interpretação estar
confundida. Tenho feito isto. Se alguém ao ler este estudo aprová-lo, mas ainda
não conhece as interpretações diferentes desta, então, da minha parte,
recomendo que examinem. Examinem e conheçam bem todas as interpretações que
cristãos sinceros dão a estes escritos de Paulo. Nossa fé deve ser apoiar em
CONVICÇÃO, não em fanatismo.
Creio que está correto.
ResponderExcluirConcordo com o texto
ResponderExcluirMais será que todos os pentecostais estão sendo enganados falando em línguas?